domingo, 20 de março de 2011

HOMILIA DO PE. NANDI, PREGADOR DA PRIMEIRA MISSA DO PE. JOEL

PE. DOMINGOS NANDI LEVA-NOS À REFLEXÃO
SOBRE NOSSA SANTA VOCAÇÃO

Pe. Domingos Volney Nandi foi professor e formador do Pe. Joel, quando este cursava Teologia. Dali brotou uma grande amizade entre os dois e, por isso, o neo-sacerdote o convidou para fazer o sermão de sua Primeira Missa. O texto que segue abaixo é uma transliteração livre da referida homilia.

“ ‘Deus nos salvou e nos chamou com uma vocação santa’ (2Timóteo 1,8-10). Esta palavra da segunda leitura da Missa de hoje nos é muito reveladora. Bem como aquela da primeira leitura: ‘Abrão, sai da tua terra, da tua família e da casa de teu pai e vai para a terra que vou te mostrar’ (Gênesis 12,1-4).

Aqui percebemos que Abrão escuta a Palavra de Deus. Ele é convidado a sair, isto é, deixar o seu estilo de vida. Tem início aqui o seu itinerário vocacional rumo a algo que ele ainda não conhece. Mas vai movido pela confiança na Palavra que ele acolheu dentro de si.

Como os de Abraão, os pés do padre nunca descansam. O padre é como alguém que vive ‘acampado’: nunca se fixa num lugar, numa casa, numa paróquia... ele precisa ir. E é pela força da obediência que ele vai. Aquela obediência que você, Pe. Joel, ontem, diante do Bispo, prometeu cumprir.

Trata-se de uma santa obediência; obediência que santifica e que salva. O padre é chamado a ser obediente como Jesus. Ó bendita obediência! O padre é obediente à Palavra de Jesus!

A exemplo de Abraão, que apresenta suas oferendas e faz sacrifícios ao seu Deus, também o padre oferece seus sacrifícios; oferece a si mesmo como sacrifício. Oferece-se. Oferece até o seu ‘filho Isaque’. O seu ‘filho’ é o que ele possui de mais precioso dentro de si, todas as suas potencialidades. Tudo é sacrificado e oferecido. É aquela história do ‘espinho na carne’, sobre o qual ouvíamos ontem na sua Ordenação, Pe. Joel.

O padre é um homem do sacrifício. O padre é Abraão, e a vítima é Jesus. Mas há vezes em que os papéis se invertem: o padre é a vítima. São as horas de dor, de provação, que surgem ao longo da nossa caminhada existencial e pastoral. É quando vêm contra nós a fofoca, a calúnia e a incompreensão. E o pior de tudo: a ingratidão. É a nossa hora da dor.

Pe. Joel, o sacrifício e a cruz estão no caminho da santificação. Contudo, hoje, o texto do Evangelho nos encoraja. Trata da experiência da Transfiguração (Mateus 17,1-9). Quando Jesus fala aos apóstolos sobre o sofrimento que deverão enfrentar, os leva a darem uma espiadinha no céu pela sua Transfiguração.

Nós todos podemos fazer também esta experiência pela oração, quando conversamos com Deus e, como Abraão, podemos escutá-Lo. Você, Pe. Joel, é um homem de oração. Você treinou os ouvidos para ouvir a voz d’Ele.

Como você sabe, Deus só fala no silêncio. E, aqui, gostaria de contemplar a figura de São José, seu padroeiro. Ele já foi chamado de ‘boca pequena’, porque, na Bíblia, não há nenhuma palavra saída de sua boca.

Que o seu exemplo lhe ajude a ser sacerdote, Pe. Joel, acolhedor da Palavra de Deus como Abraão e como José.”

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