domingo, 5 de setembro de 2010

3º CONGRESSO VOCACIONAL DO BRASIL


“’Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações’. Esse é o mandato de Jesus. Somos todos discípulos missionários a serviço das vocações e dos ministérios” (TEXTO BASE: 3° Congresso Vocacional do Brasil, N° 1).


Tema: “Discípulos missionários a serviço das vocações”.

Lema: “Ide, pois, fazer discípulos entre as nações”
(cf. Mt 28,19).
Local: Indaiatuba, Itaici, São Paulo, 03 a 07 de setembro de 2010.



A Igreja no Brasil viverá, a partir de hoje até terça-feira, dia 7, um raro momento eclesial-vocacional. Nós, padres e seminaristas do Seminário Nossa Senhora de Fátima, nos associamos aos quase 400 delegados de todo o Brasil neste evento. Estamos em oração pelo êxito do Congresso e interessa-nos profundamente as reflexões que lá serão feitas.
Convidamos você também, caro visitante de nosso blog, a unir-se em oração em favor deste Congresso. As Equipes Vocacionais de nossa Diocese já estão estudando o tema através dos textos-base que adquiriram. E poderão convidar a comunidade a rezar a Oração Vocacional especialmente preparada para este Congresso.
Com a ajuda do Pe. Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, meditaremos um pouco mais sobre este grande evento. (O texto encontra-se no site do IPV).


III CONGRESSO VOCACIONAL DO BRASIL, MAS, POR QUÊ?


Este novo evento propõe-se a celebrar a caminhada do serviço de animação vocacional, a aprofundar a teologia das vocações na perspectiva do discipulado e da missionariedade, a consolidar a identidade do animador (a) e do serviço de animação vocacional, e a oferecer pistas de ação para o trabalho vocacional.

Pretende-se, ainda, acolher, como horizonte e referência, o Sínodo sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, e o Documento de Aparecida, com todas as suas indicações. As temáticas desses eventos são pertinentes e decisivas para a questão vocacional. Sem esquecer que recentemente o papa Bento XVI convocou um Ano Sacerdotal, já em andamento, tendo por tema: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”, com o objetivo de “fazer perceber sempre mais a importância do serviço e da missão do sacerdote na Igreja e na sociedade contemporânea”. (Convocação ocorrida no dia 16 de março passado, em audiência concedida aos participantes da plenária da Congregação para o Clero, em Roma.)


ALIMENTAR A FÉ DO POVO – PRIMAZIA VOCACIONAL

Mas, verdadeiramente, é necessário mais um Congresso? Quais seriam as razões de sua realização? De onde provem esta necessidade? Buscarei responder algumas destas questões na medida em que tive a oportunidade de acompanhar e participar da programação e da realização dos dois eventos precedentes, o primeiro em 1999, e o segundo em 2005, e estou envolvido na preparação deste III Congresso.



Antes de tudo, também nós, da animação e da Pastoral Vocacional, nos propomos à “grande tarefa de proteger e alimentar a fé do povo de Deus e recordar aos fiéis deste Continente que, em virtude de seu batismo, são chamados a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo”. (Cf. Documento de Aparecida, 10.)

Trata-se de um mandato, uma missão que devemos realizar, o de despertar, discernir, cultivar e acompanhar a vocação dos batizados para que sejam verdadeiramente discípulos-missionários de Jesus Cristo. Esta tarefa protetora e alimentadora da fé, e de memorial, também é nossa e queremos cada vez mais assumi-la integralmente. A primazia deve ser dada à vocação de cada cristão à santidade. (Cf. Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2008-2010, 159.)


NO RUMO DE APARECIDA E DO SÍNODO

A ordem de Jesus é explícita, objetiva, é ir, e fazer discípulos.
Nada melhor e mais oportuno que, neste tempo histórico e eclesial, o serviço de animação vocacional acolha as orientações de Aparecida e do Sínodo da Palavra de Deus, como referenciais teológicos e pastorais para a vida – o discipulado - e o serviço das vocações - a missão.


A mesma Conferência de Aparecida recorda que entre tantos desafios enfrentados pela Igreja, constata-se também o “número insuficiente de sacerdotes e sua não equitativa distribuição [...] e a relativa escassez de vocações ao ministério e à vida consagrada” (D. Aparecida, 100). Certamente esta carência pode ser estendida aos demais ministérios, somos testemunhas e temos consciência disso. À escassez, ao número insuficiente e a uma não justa distribuição, mais do que ninguém, na Igreja, deve se interessar o serviço de animação vocacional.

De um lado temos a realidade que nos provoca, de uma multidão cansada e abatida, “o rosto humilhado de tantos homens e mulheres de nossos povos” (Idem, 32), também por falta de pastores, de ministros, de lideranças (Idem, 22).

De outro, escutamos o apelo da fidelidade ao mandato de Jesus, de anunciar o Reino, de evangelizar, de pedir ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe. Diante de um contexto de grandes mudanças que “nos afligem, mas não nos confundem”, sentimos também nós a necessidade de continuar fazendo o caminho, na acolhida aos apelos da Igreja. Entre tantos modos e formas, um deles é dar continuidade ao processo de realização dos congressos vocacionais, o que tem acontecido a cada cinco anos aproximadamente. Na continuidade, a fidelidade ao que se fez e viveu, mas também a novidade, capaz de gerar um novo espírito e um novo coração. Pois é sempre tempo para construir o novo na Igreja e no serviço de animação vocacional, tempo de avançar e de planejar, pois todos os “discípulos missionários” são responsáveis e estão a serviço das vocações.

FRUTO DA ANIMAÇÃO VOCACIONAL

O III Congresso, a exemplo dos precedentes, pela sua metodologia organizativa, vai permitir uma participação diversificada e qualificada de animadores e animadoras vocacionais, nas suas diversas fases. O simples fato de estar juntos e se encontrar, de refletir e partilhar as próprias práticas, de celebrar e propor metas e diretrizes, favorecem uma convergência nas prioridades e nas ações, nos princípios e valores, garantindo a unidade no caminho e a riqueza das vocações para a vida e a missão da Igreja no mundo.

O Congresso é sempre fruto de um processo profundo do serviço de animação vocacional, sua identidade e missão. Os anteriores se abriram para as questões da antropologia e da cultura vocacional, da inculturação e da evangelização, da oração e da espiritualidade, da integração das pastorais, da pedagogia e do planejamento, do itinerário vocacional.


Este vai enfocar a temática do discipulado-missionário no serviço das vocações, iluminando todas as questões anteriores já tratadas e apontando os novos desafios a serem enfrentados. Certamente o uso do método “ver, julgar e agir” poderá colaborar “para que vivamos mais intensamente nossa vocação e missão na Igreja”. Cf. Mt 9,32-35; Lc 10,2.




O mesmo Documento de Aparecida, 22, ainda afirma: “No clima cultural relativista que nos circunda se faz sempre mais importante e urgente enraizar e fazer amadurecer em todo o corpo eclesial a certeza de que Cristo, o Deus de rosto humano, é nosso verdadeiro e único salvador”.

Recordamos que o II Congresso Vocacional também abordou a temática metodológica, sugerindo no serviço de animação vocacional uma metodologia de planejamento “Discípulos missionários a serviço das vocações” “Ide, pois, fazer discípulos entre as nações” (cf. Mt 28,19). Sabe-se, porém, que no caminho da evangelização, não é suficiente realizar um novo evento, isolado de todo o processo até aqui feito, com suas riquezas e também limites.


POR UM NOVO FLORESCIMENTO VOCACIONAL


As condições favoráveis para a realização do III Congresso e o seu planejamento, feito com antecedência, deverão envolver certamente todas as instâncias e os setores eclesiais, fazendo chegar às comunidades, aos grupos, às equipes e coordenações vocacionais, aos vocacionados, a reflexão proposta, favorecendo e estimulando a participação e co-responsabilidade.


Fundamental é a preparação, a oração persistente, o aprofundamento temático, a articulação, o estabelecimento de prioridades, e uma programação que incida após o Congresso nos planos e projetos da mesma Conferência Episcopal e Comissão específica, dos Regionais, das Dioceses e suas comunidades. O que se deseja é que na Igreja, povo de Deus, por sua graça e benignidade, haja um novo florescimento de vocações, como expressão da riqueza, multiplicidade e complementaridade de dons, carismas e ministérios.


JESUS – O CENTRO DE TODO CHAMADO


O III Congresso se propõe, e certamente dele se espera, do ponto de vista temático e pastoral, que na animação vocacional e no trabalho de seus agentes, se garanta a centralidade do encontro com a pessoa de Jesus Cristo e a conversão pastoral. De fato, na missão evangelizadora, o serviço de animação vocacional, como um instrumento do Espírito de Deus, terá como tarefa fundamental fazer com que os vocacionados tenham um “encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva”.


Neste sentido podemos falar da necessidade de promover a “pedagogia do encontro” com Jesus Cristo, que desperte e forme autênticos discípulos-missionários. Pois “conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas; e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria”(Idem, 29).


INCENTIVO À ANIMAÇÃO VOCACIONAL


O III Congresso será um espaço propício para provocar e estimular no serviço de animação vocacional uma conversão pastoral e renovação missionária, que deve “impregnar todos os planos pastorais de dioceses, paróquias, comunidades religiosas, movimentos e de qualquer instituição da Igreja”.15


A conversão implica em escutar com atenção e discernir “o que o Espírito está dizendo às Igrejas” (Idem, 365), através dos sinais dos tempos, onde Deus se manifesta. Para tanto, se exigem atitudes de abertura, diálogo e disponibilidade para promover a co-responsabilidade e a participação efetiva de todos. Urgência pastoral na animação vocacional é o testemunho de comunhão eclesial e de santidade de vida.


Enfim, neste processo preparatório ao Congresso Vocacional, é preciso ter participativo, contemplando uma análise da realidade (marco situacional), a iluminação da fé (marco doutrinal) e a ação e programação (marco operacional).

“Discípulos missionários a serviço das vocações”.
“Ide, pois, fazer discípulos entre as nações” (cf. Mt 28,19): confiança no Senhor da messe, manter viva a esperança, prodigalizar-se no amor compassivo e misericordioso. “Não tenham medo” (Mt 28,5), pois o que nos define é “o amor recebido do Pai graças a Jesus Cristo pela unção do Espírito Santo” (DAp, 14).


PROMOVER DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS


Confiança significa superar a apatia e o desânimo, vencer a passividade e empenhar-se, pois o que nos impele é o amor de Jesus Cristo. Como Igreja e na Igreja, no serviço de animação vocacional, queremos assumir cada vez mais o desafio de “promover e formar discípulos e missionários que respondam à vocação recebida”. O melhor serviço que a animação vocacional pode prestar, como ação evangelizadora e atividade eclesial da fé, é que “Jesus Cristo seja encontrado, amado, adorado, anunciado e comunicado a todos” (Idem, 14).


Na inserção eclesial afirmamos nossa “adesão crente, alegre e confiante em Deus Pai, Filho e Espírito Santo” (Idem, 19). O III Congresso, cuja preparação já iniciamos, será um espaço apropriado para proclamar que “a própria vocação, a própria liberdade e a própria originalidade são dons de Deus para a plenitude e o serviço do mundo” (Idem, 111). Não só, será ocasião também para participar e contribuir com “esse despertar missionário, na forma de missão continental [...] seguros de que a Providência de Deus nos proporcionará grandes surpresas” (Idem, 551).

Por tudo isso, por mandato de Deus e da Igreja, pelas razões que apresentamos, por tantas outras exigências e demandas, pela humanidade e pelos batizados, cremos que o III Congresso tem sentido, pois somos chamados, como discípulos-missionários, a servir mais plena e intensamente as vocações na Igreja. E convocados a colaborar, onde for possível e nas instâncias em que estamos envolvidos, com a preparação, realização e concretização das deliberações do III Congresso Vocacional do Brasil, para que todos os seus objetivos sejam atingidos.


Neste caminho, contamos com o auxílio da Virgem Maria, a discípula-missionária. Pedimos que “nos ensine a responder como fez ela no mistério da anunciação e encarnação” (Idem, 553).


Somos chamados a permanecer na sua escola, mantendo vivas as “atitudes de atenção, de serviço, de entrega e de gratuidade que devem distinguir os discípulos de seu Filho” (Idem, 270 e 272). Com Maria podemos aprender a sair de nós mesmos e a acolher o mandato de Jesus: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações”!

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