terça-feira, 2 de novembro de 2010

ARAUTOS DA ESPERANÇA



Nos primeiros dias de novembro, tradicionalmente, celebramos o Dia de Finados, isto é, a memória daqueles cuja caminhada neste mundo chegou ao fim. Também por linda tradição de nossa Igreja, concluiremos este mês com a solenidade de Cristo, Rei e Senhor do Universo!

Tomar consciência de que a nossa caminhada neste muno é finita e passageira, pode, num primeiro momento, aterrorizar-nos e levar-nos a um certo conformismo: “não há o por quê da gente se esforçar, pois todos haverão de morrer mesmo!”.
Este modo de pensar pode induzir-nos a uma estagnação prática, não desenvolvendo nenhuma esperança com relação ao futuro, e vivendo apenas o momento presente, como se tudo acabasse com a morte deste corpo.
A vida assim, não carece de ideais. Vive-se para comer, gozar as oportunidades hedonistas e aguardar a morte chegar.
Contudo, como naquela parábola contada por Jesus, Deus poderá nos dizer “Loucos, hoje mesmo pedirei contas de suas almas” (cf Lc 12,20).
Pois a nossa vida é um dom precioso de Deus que é eterno. E que, ao fazer-nos à Sua imagem e semelhança, semeou no interior do nosso ser a semente da imortalidade.
Por isso, cremos que não fomos feitos para o cemitério, para o caos, para o fim. Somos “cidadãos do Céu”, destinados à vida eterna. É lá que o Senhor nos espera, com braços abertos, para dizer-nos: “Vinde, benditos de meu Pai!”... “vinde ocupar o lugar preparado para vós desde toda a eternidade” (cf Mc 10,40 e Jo 14,2).
Hoje, de tantas maneiras, e sempre mais acentuado, percebemos o homem tornando-se escravo do tempo, da máquina, da informática, das novas pesquisas e conhecimentos... E o homem não se encontra ainda realizado e satisfeito com os passos que dá. Parece haver um vazio em seu coração, em sua vida.
Aqui gostaria de citar a palavras do Papa Bento XVI em recente Carta aos Seminaristas. Por ocasião do encerramento do Ano Sacerdotal, escreveu:
Sempre que o homem deixa de ter a noção de Deus, a vida torna-se vazia; tudo é insuficiente. Depois o homem busca refúgio na alienação ou na violência, ameaça esta que recai cada vez mais sobre a própria juventude. Deus vive; criou cada um de nós e, por conseguinte, conhece a todos.

Para escapar da passividade e de suas maléficas parceiras, o nosso Papa nos convida a uma maior intimidade com Deus. Afinal de contas, servimos a um Deus que está vivo e que deseja caminhar conosco. Ele deseja que tenhamos “vida, e vida em abundância” (Jo 10,10).

A festa de Finados é apenas uma recordação de que fomos criados para a vida. E, já aqui neste mundo terreno, podemos fazer a experiência de uma vida plena.
É o próprio Papa quem, novamente, nos instrui: “(Deus) É tão grande que tem tempo para as nossas coisas mais insignificantes: ‘Até os cabelos da vossa cabeça estão contados’”.
A celebração da vida culmina, liturgicamente, com a festa de Cristo Rei e Senhor. Encerrar-se-á um Ano litúrgico e se iniciará, por assim dizer, um novo período.
E nem precisaremos cantar “Adeus ano velho, feliz ano novo”, porque, na Igreja, através do ciclo litúrgico, experimentamos e vivenciamos a nossa dimensão de eternidade.
Pois a grande celebração da vida acontecerá quando nós mergulharmos no Coração do Pai, no Céu. Então, as promessas de Jesus se realizarão plenamente.
SOMOS ARAUTOS DA ESPERANÇA! Que o Senhor, a cada dia, nos confirme na ESPERANÇA. E nos ajude a ouvirmos o CHAMADO que nos faz.
Respondendo à nossa VOCAÇÃO seremos verdadeiros discípulos missionários do Reino, a serviço do Rei Jesus.
Venha você também se unir a nós nesta tarefa, pois, como escreveu o Papa naquela Carta: “Deus vive, e precisa de homens que vivam para Ele e O levem aos outros.”

Pe. Auricélio Costa – Promotor Vocacional

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