SEMINARISTAS RECEBEM ESCRITOR
E PAI DO SEMINARISTA ALBERTO
Há algumas semanas, no Distrito de Ribeirão Pequeno, em Laguna, foi lançado o primeiro livro do professor Laércio Vitorino de Jesus Oliveira, pai do seminarista Alberto, ex-professor do seminarista Leonardo e ex-colega de seminário dos padres Pedro e Auricélio. Durante o exercício de sua profissão como professor de História, deparou-se com uma riqueza cultural imensa na vida da gente de sua comunidade, em Parobé, Laguna.
Foi a semente de um trabalho que desembocaria no livro”Memória: um patrimônio irrenunciável”, lançado pela Editora Unisul.
A base instrumental ele a recebeu em sua formação universitária, quando conheceu o pensamento e o método de Paulo Freire.
Os “círculos de cultura” promovidos pelo mestre educador partiam de uma concepção dialógica visando a construção do saber através do diálogo.
Estas “rodas de conversa” foram a base para que o professor Laércio instigasse os seus alunos a mergulharem na realidade direta de sua comunidade. Nisto, os estudantes descobrem que os idosos têm um saber fantástico e que, no encontro com eles, recebem um grande aprendizado.
O Professor lembra da ação de Jesus Cristo que desceu para junto dos mais simples; e que São Francisco, santo de sua devoção, também fez o mesmo processo: ir ao encontro dos mais simples.
Foi com esta abertura para ouvir os alunos, que ele descobrir a riqueza da cultura popular. Percebeu que os avós não queriam mais contar histórias para os netos e que estes, por sua vez, não tinham mais interesse pelas histórias dos adultos.
Para os rapazes do interior, bom e belo é só aquilo que existe na praça, no mundo urbano. O estereótipo do “Jeca Tatu” ensinava que o interior é feio e atrasado.
O Professor explicou que, em sua obra de pesquisa, buscou valorizar não o folclore, mas sim a cultura popular. Não há uma cultura melhor que a outra.
Cultura é a manifestação da vida de um povo. No ano 2000, os estudantes filmaram a sua gente, tomaram depoimentos dos seus parentes.
O professor percebeu que eles amavam a sua comunidade. Nasceu, então, o Grupo Cultural Casa da Dindinha.
No ano seguinte, 2001, foi promovida a Feira Cultural Histórica na escola, em Ribeira Pequeno, com museu, danças açorianas, danças afro e até boi-de-mamão.
Esta atividade lhes rendeu o Prêmio Tesouros do Brasil, entre as melhores escolas do país.
Em 2005 o trabalho foi homenageado pelo Rotary Club de Laguna.
Em 2006 o grupo participou ativamente do 13º AÇOR – Festa Açoriana e, em 2007, recebeu o troféu Açorianidade, da UFSC, em Florianópolis.
Ao final da exposição, os seminaristas fizeram perguntas e partilharam suas impressões sobre o trabalho.
O professor Laércio brindou um exemplar de seu livro à Biblioteca do Seminário e o autografou.
Os padres do Seminário agradeceram ao professor a sua dedicação e a rica partilha de saber e vida com nossa comunidade.
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